Final do governo Temer pode aprofundar retirada de direitos

Os últimos dias do governo de Michel Temer devem ser marcados pela tentativa de aprovação, no Senado Federal, de projetos que intensificam o desmonte do setor Público e aprofundam a retirada de direitos das classes trabalhadoras e minorias. Os projetos foram adiados com a chegada do pleito eleitoral e seriam retomados agora, em um cenário de pouca resistência e escassa cobertura midiática.

 

Está prevista para a análise na tarde de hoje, 9 de outubro, a privatização de estatais da Eletrobras pelo Senado Federal. Segundo o jornal The Interpcet _ Brasil, a expectativa é de que, em breve, entrem também em pauta PL do Veneno, que flexibiliza a liberação de agrotóxicos antes da conclusão de estudos de órgãos ambientais e da saúde; a PEC 215/00, que repassa ao Congresso a competência para a demarcação de terras indígenas e quilombolas, dando mais poder à bancada ruralista; e a Contrarreforma da Previdência, que aumenta a idade mínima e o tempo de contribuição, entre outros ataques à classe trabalhadora e ao caráter público da previdência social.

 

O adiamento desses temas para 2019, entretanto, não implicam em uma mudança no cenário, com a eleição do Congresso mais conservador das últimas décadas.

Centrais sindicais apontam greve geral em defesa da Previdência

 

Dirigentes das oito centrais sindicais brasileiras reuniram-se no dia 2 de outubro, em São Paulo, para discutir a ameaça do governo Temer de retomar a votação da Reforma da Previdência. Os representantes das centrais sinalizaram a possibilidade de uma greve geral ainda este ano, caso o tema volte à pauta do Congresso Nacional.

 

Confira a nota unitária elaborada pelas centrais sindicais:

 

EM DEFESA DA APOSENTADORIA PÚBLICA

 

Se botar pra votar, o Brasil vai parar!

Reunidas nesta terça-feira, 2 de outubro, as Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, CSB, CSP-Conlutas e Intersindical reafirmaram sua posição contrária a qualquer proposta de reforma que fragilize, desmonte ou reduza o papel da Previdência Social Pública.

Em 2017, fizemos uma Greve Geral que mobilizou mais de 40 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em defesa da aposentadoria. Se o governo insistir em atacar a Previdência Social Pública, o Brasil irá parar mais uma vez.

Não aceitaremos que a classe trabalhadora pague mais outra vez a conta. Não aceitaremos o desmonte e a entrega da Previdência Social para o sistema financeiro.

A sociedade deseja paz, liberdades democráticas, segurança e respeito aos seus direitos, que só virão com a garantia do emprego, salário digno e do acesso a direitos fundamentais, como saúde, educação e aposentadoria digna.

 

São Paulo, 2 de outubro de 2018.

 

Vagner Freitas, Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT)

Miguel Torres, Presidente Interino da Força Sindical

Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)

Adilson Araújo, Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)

José Avelino (Chinelo), Presidente Interino da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)

José Calixto Ramos, Presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST)

Edson Índio, Secretário Geral da Intersindical

Atnágoras Lopes, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas

*Com edição do ANDES-SN

 

Fonte: CSP-Conlutas