Com início na última quinta-feira, 5 de março, as ações do 8M Unificado, organizadas conjuntamente pelo 8M, Apes e Sintufejuf, contaram com a presença das jornalistas Érica Salazar, Marise Baesso e Táscia Souza, em um debate mediado pela diretora da Faculdade de Comunicação da UFJF, Marise Mendes, com o tema “Mulheres, jornalismo e democracia”.
Realizou-se na manhã de sexta-feira, 6 de março, uma Roda de Conversa, que teve como convidada a advogada militante marxista-feminista Rayssa Ruas, sobre “ A Teoria da Reprodução Sexual e a Greve Internacional de Mulheres”.
Na tarde do mesmo dia, a terceira atividade, também realizada na UFJF. Com o tema “O impasse da questão não branca no Brasil”, teve as presenças de Aline Rochedo Pachamama, Giovana Castro e Lucimara Reis que iniciou o debate dizendo “a gente só existe por conta da luta das mulheres”.
Aline deu início à roda de conversa, salientando a necessidade de uma reparação histórica real quanto aos povos originários, no Brasil, afirmando que as tentativas de ações realizadas até então, não só foram insuficientes como reafirmaram a necessidade de resolução de tal questão. Além disso, Aline tratou da invisibilização pela qual os povos originários são submetidos, demonstrando como suas histórias foram descartadas na construção da história do país.
Permeado pela emoção, o debate proposto por Giovana Castro também tinha foco na questão da invisibilidade imposta aos povos negros. Iniciou seu debate evidenciando a necessidade de se utilizar os mecanismos disponíveis para ampliar o discurso da população negra no Brasil. Giovana se propôs a questionar “o que significa ser uma mulher negra do século XXI, numa cidade do interior da Zona da Mata mineira, que se diz europeia. Juiz de Fora é uma cidade que se auto nomeia alemã”, sendo que esta constrói sua narrativa a partir de vários povos, menos da população negra.
Aline e Giovana, durante o debate, evidenciaram a exclusão dos povos originários tanto da construção da história do Brasil, como a ausência destes em grupos e subdivisões da sociedade, como a ausência de representação no próprio movimento feminista, ou seus lugares na classe trabalhadora.
A presidente da APES professora Marina Barbosa, durante o debate, enfatizou “a necessidade de se discutir o genocídio generalizado à população indígena, à população negra e o processo de enfrentamento a toda a população da comunidade LGBTQI e a questão das mulheres, com o feminicídio crescendo. É nossa obrigação, seguir de pé resistindo e enfrentando esse momento”.
Dando continuidade aos eventos organizados em torno do dia 8 de março, aconteceram no último sábado, 07 de março, um ato unificado, no Parque Halfeld reunindo em passeata mulheres que compõem a resistência. Além deste, foi realizado o Festival Marielle Franco, na Praça da Estação, com inúmeras manifestações culturais de artistas da cidade.
As atividades foram encerradas no domingo, com a Greve Internacional de Mulheres, marcada por panfletagem realizada na Feira da Avenida Brasil com os dizeres “Vivas nós queremos! Mulheres unidas pelo direito de viver sem violência! Pela revogação da Reforma Trabalhista e da Previdência!” entre outros.
A tarde aconteceu no Jardim Botânico uma Roda de Partilha com o tema “Mulheres e a questão ambiental – Democracia palavra feminina” realizada pelo grupo de Educação Ambiental da UFJF, e um aulão de Yoga com a professora Nina Pinheiro.