Representantes da APES, Sintufejuf e Sinteac (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Urbana de Juiz de Fora e Região) realizaram na tarde desta terça-feira, 4 de maio, uma reunião com o reitor da UFJF, professor Marcus David, e a vice-reitora da instituição, Girlene Alves. O encontro, realizado por vídeo conferência, foi solicitado pela APES e Sintufejuf, e tinha como pauta principal a demissão de 307 trabalhadoras e trabalhadores terceirizados, deliberada pelo Conselho Superior da UFJF em abril. A decisão havia sido tomada para readequar os gastos à previsão de receitas de 2021 imposta pelo Ministério da Educação (MEC). Também foi tema da pauta os atrasos de pagamento de salários ocorridos em abril.
As entidades solicitaram à reitoria esclarecimentos sobre as demissões e sobre os critérios para os desligamentos. E argumentaram sobre o impacto desta decisão sobre a vida de funcionários e funcionárias que trabalham há anos na instituição. Situação que se torna ainda mais dramática no contexto da pandemia, e também sobre o que significa essa decisão numa eventual volta de aulas presenciais na instituição.
Em resposta, Marcus David afirmou que, diante do cenário crítico dos cortes orçamentários realizados pelo governo federal ,de 20% em relação a 2020, somado ao quadro de contingenciamento de verbas, na ordem de 8%, a UFJF não teria condições de manter os contratos com as empresas terceirizadas nos mesmos moldes. Além disso, o atraso na aprovação do orçamento pelo governo federal provocou atrasos nos pagamentos dos funcionários terceirizados, trazendo grandes transtornos para esses funcionários e suas famílias. Segundo o reitor Marcus David, a antecipação do tema das demissões teria como objetivo evitar esse desgaste.
Questionado sobre os critérios de demissões, o reitor afirmou que a UFJF está em discussão com as empresas para garantir que os desligamentos de funcionários e funcionárias sejam pautados por critérios impessoais, considerando os aspectos técnicos das atividades exercidas. Segundo o reitor, está sendo avaliada uma forma de distribuir os cortes por unidades. A intenção é que não seja extinta nenhuma equipe de trabalho, mantendo assim um número mínimo de trabalhadores em cada setor, mesmo com as reduções drásticas impostas pela redução das verbas de custeio.
Diante do questionamento do Sinteac sobre recentes medidas provisórias, relativas a redução de jornada e suspensão de contrato, o reitor afirmou que a equipe de planejamento da universidade está analisando a situação. Mas o curto período de adesão, de apenas 4 meses, apenas adiaria o problema.
Assim, segundo o reitor, além das ações internas, a ANDIFES está promovendo ações junto aos parlamentares, para que haja recomposição orçamentária das universidades.
Os representantes do Sinteac solicitaram uma reunião entre, a UFJF, o sindicato e as empresas para aprofundar a discussão.