O reitor do IF Sudeste MG, André Diniz, em reunião realizada na quinta-feira, 21 de julho, com o Fórum Intersindical, concordou que houve um excesso na aplicação da cartilha que versa sobre o período de defeso eleitoral no instituto, ou seja, que trata das normas a serem seguidas pelos canais oficiais de instituições federais durante o período das eleições. Ele afirmou que pretende realizar uma reunião com os diretores de campi e com a assessoria de comunicação para acertar as orientações e se dispôs a divulgar um documento retificando a questão.
Os representantes explicitaram na reunião a situação incômoda e de constrangimento que a expressão “Período de Silêncio”, aplicada na publicação do IF Sudeste MG, em seu site, causou, propiciando um clima de autocensura e medo entre docentes e técnicos administrativos, com a divulgação dos “cuidados” comportamentais para o período de defeso eleitoral.
Os representantes afirmaram também que as normas de conduta do período se referem aos canais de comunicação oficiais do instituto e que não podiam cercear a liberdade de cátedra, do ensino e da divulgação do saber, mesmo que no processo se discuta assuntos políticos. E que também não pode coibir a liberdade sobre publicações em redes sociais pessoais dos servidores públicos.
Os representantes questionaram também a respeito de ações implementadas em alguns campi do IF Sudeste MG, como o de Juiz de Fora, que retiraram do ar todo o conteúdo publicado, inclusive acadêmico, do canal oficial na plataforma Youtube, rede que muitos dos projetos utilizam na sua forma de ação e comunicação. Além disso, houve no Campus Muriaé a obrigatoriedade de preenchimento por servidores de um termo de ciência.
Contra a portaria 983
Os representantes do Fórum Intersindical aproveitaram a chance da conversa com o reitor para conclamar a reitoria a se engajar na luta pela recusa da portaria 983 e apresentaram toda uma argumentação sobre os males que suas diretivas trazem, com consequências negativas sobre a pesquisa e a extensão, precarização das condições de trabalho, numa tentativa de transformar os institutos federais em instituições apenas de ensino. Uma portaria inconstitucional, que fere a autonomia do IF, incompatível com a jornada de trabalho docente e que é parte de um projeto maior que quer diminuir investimentos na educação. Os representantes argumentaram que não se pode tentar minimizar os impactos negativos da portaria, mas sim lutar contra sua implementação.