A carta do 41º Congresso do ANDES-SN foi abertamente divulgada pelo Sindicato Nacional nesta terça-feira, 15 de fevereiro, e destacou a história de luta e resistência no estado do Acre e a atuação da diretoria, que assumiu a gestão do Sindicato Nacional durante a pandemia de Covid-19. A síntese do evento também traz um resumo das deliberações e encaminhamentos para a luta da categoria docente para o próximo período e funciona como registro histórico do encontro.
O documento diz que “lutamos pela vida, pelo direito à vacina! Enfrentamos e engavetamos por ora, com nossa mobilização, a PEC 32 em unidade com outras categorias; mobilizamo-nos pela recomposição salarial! Estivemos e protagonizamos a campanha Fora Bolsonaro nas ruas e nas urnas, nacionalmente e nos Estados. Organizamos a luta contra as Intervenções nas IES, realizamos duas Campanhas Nacionais: em Defesa da Educação Pública e Universidades Estaduais e Municipais: quem conhece, defende”.
“Aprovamos o Plano de Luta Geral e dos Setores, com a continuidade da construção da campanha pela recomposição salarial a partir da avaliação de conjuntura e movimento docente debatidos em Plenária. Nas questões organizativas e financeiras destacaram-se a aprovação de ajuda humanitária ao povo Yanomami e a desfiliação do ANDES-SN da CSP-Conlutas”, continua o texto.
A Carta de Rio Branco ressalta que “o chamamento do 41º Congresso é o de reafirmarmos o lugar do ANDES-SN de onde nunca saiu: das ruas, da independência e autonomia classista, contra todas as formas de exploração e opressões, em defesa da democracia, da educação pública e do trabalho docente. Viva a luta da classe trabalhadora! Viva a luta antirracista, antimachista, antilgbtqiap+fóbica, antifascista, viva a luta dos povos originários. Precisamos avançar muito!”.
Leia a íntegra da carta aqui.
41º Congresso do ANDES-SN
O 41º Congresso do ANDES-SN chegou ao fim na última sexta-feira, 9 de fevereiro, após cinco dias de evento, na Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco. O encontro contou com 608 participantes, entre delegados/as, observadores/as, diretores/as e convidados/as, representantes de 82 seções sindicais. A APES teve como representantes no evento: Leonardo Andrada, Jalon Morais, Lisleandra Machado, Augusto Cerqueira, Dileno Dustan, Fábio José Martins, Lucas Mendes e Renato Gonçalves.
Eleições
No 41º Congresso também foi aberto o processo eleitoral para a escolha da diretoria que estará à frente da entidade no próximo biênio (2023/2025). Quatro chapas apresentaram inscrição, que serão homologadas em até 30 dias, após a entrega de toda a documentação e registro da nominata completa.
Moções
O Congresso também repudiou a administração da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); a suspensão de novas bolsas PRAE/UFRGS para Aperfeiçoamento, Informática, Ensino-Benefício, Iniciação Científica-Benefício e Extensão-Benefício; a ação de despejo impetrada pela reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) contra a Seção Sindical de Docentes da UFMS (Adufsm SSind); e a instauração do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) movido pelo MEC, contra docentes da Universidade Federal Fluminense (UFF) que integravam, em 2008, o Conselho Universitário (CUV), por votarem e aprovarem, por unanimidade, o reenquadramento de Técnicos Administrativos em Educação da UFF.
Além disso, repudiaram o descumprimento sistemático, por reitores e reitoras das Instituições de Ensino Superior, da Lei 12.990/14 que instituiu a reserva de vagas, para pessoas negras, em concursos públicos; o leilão de imóveis da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), incluindo parte significativa do Terreno do Campus da Praia Vermelha (PV), ocorrido no dia 2 de fevereiro de 2023; e a contaminação do meio ambiente pelos agrotóxicos das lavouras de soja e cana de açúcar, nas aldeias da Reserva Xerente, no estado do Tocantins.
Participantes declararam apoio à campanha pelo reajuste imediato das bolsas de pesquisa e formação da Capes e CNPq; à luta dos trabalhadores das Lojas Americanas pela manutenção do emprego; e à luta dos e das sobreviventes e familiares de vítimas da tragédia da Boate Kiss, que, em 27 de janeiro de 2013 na cidade de Santa Maria (RS), vitimou 242 jovens.
Também foi aprovada uma moção de reivindicação, destinada a representantes das chapas candidatas à direção do ANDES-SN, para que os processos eleitorais para direção do ANDES-SN tenham o compromisso de compor chapas eleitorais com 58% de pessoas negras, 38% de pessoas brancas e 4% de pessoas indígenas, a partir de dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, sobre a população brasileira.
Encerramento
Durante o encerramento do evento, a presidenta do ANDES-SN, Rivânia Moura, apontou que os rumos do sindicato são responsabilidade de toda a categoria de docentes e destacou a importância dos avanços do sindicato, como a paridade de gênero na composição da diretoria, aprovada em 2019.
Com informações de ANDES-SN.