O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) e outras entidades participaram da segunda mesa de negociação sobre reajuste salarial das servidoras e servidores públicos com o Governo Federal, ontem, 28 de fevereiro, em Brasília, em um auditório do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, DNIT. A decisão final da reunião foi o pedido do Governo Federal de mais uma semana para apresentar uma contraproposta para as entidades.
Houve uma modificação na forma de funcionamento da mesa de negociação. A reunião teve a participação de outras entidades além do Fonasefe e do Fonacate, porque, de acordo com o Governo Federal, era necessário ouvir essas outras organizações. O ANDES-SN discordou do posicionamento do governo e alegou que as entidades não pertencentes ao Fonasefe e Fonacate têm suas representações nas centrais sindicais.
O presidente da Apes, Leonardo Andrada, presente à reuinão, disse que “o Governo Federal fez essa alteração na metodologia, a meu ver, com o intuito de pulverizar o posicionamento das entidades e eventualmente colher algum apoio, o que acabou não acontecendo. O que o governo teve de retorno na participação de todas essas entidades é que a rejeição à proposta apresentada é unânime. Existe a ponderação, por todas as partes, de que, de fato, não é possível recompor todas as perdas até agora, porque elas são muitas, mas ainda há margem no orçamento para uma recomposição já neste ano que seja mais significativa do que foi apresentado pelo governo”.
Já sobre as expectativas para os próximos passos da negociação, Andrada aponta que “não há a possibilidade de conseguir a recomposição salarial da forma como nós gostaríamos e deveríamos receber, até porque as perdas acumuladas de 2016 até este ano são escandalosas. Nós queremos não só um índice melhor e mais positivo do que o apresentado pelo governo, de 7,8%, mas também um compromisso de reconhecimento da magnitude das perdas acumuladas nos últimos anos e alguma proposta que mesmo sendo escalonada nos próximos anos, aponte de que forma nós vamos recompor o salário”.
Além disso, de acordo com a declaração do primeiro tesoureiro do ANDES-SN, Amauri Fragoso, “a mudança de metodologia na realização da mesa não foi democrática, pois as entidades isoladamente falam de seus problemas que devem, na verdade, ser discutidos na mesa de negociação setorial”.
Na primeira mesa de negociação de reajuste salarial, realizada em 16 de fevereiro, o Governo Federal propôs o reajuste salarial de 7,8% nos salários e 43,6%, R$200,00 (duzentos reais), de reajuste no auxílio-alimentação. No dia 24 de fevereiro, o Fonasefe recusou a proposta feita pelo governo, argumentando que a proposta de 7,8% estava muito abaixo de 26,94% emergenciais propostos inicialmente.
Além do reajuste centrado neste índice, a categoria continua o aumento de valores dos benefícios e a revogação de todas as instruções normativas, portarias e decretos que ameaçam a livre ação dos sindicatos e entidades representativas.