O Brasil tornou-se líder no ranking de países com mais interações de ódio contra a população LGBTQIAPN+ nas redes sociais. De acordo com a pesquisa divulgada pela Deep Digital LLYC, o país possui 37,67% do volume total de mensagens de ódio direcionadas à comunidade na internet.
O levantamento monitorou, ao longo de quatro anos, mais de 169 milhões de mensagens de apoio e ódio contra a comunidade, geradas por quase 36 milhões de perfis nas redes sociais. No Brasil, “registrou-se um decréscimo de 46,24% na comunidade apoiadora. Ao mesmo tempo, a opositora experimentou um aumento de 13,16%. Além disso, no final de 2022, foi observado um aumento geral de quase 9,4% no volume de mensagens negativas nos últimos quatro anos, enquanto as da comunidade apoiadora caíram 41,25%.
Entre as pautas de promoção e apoio à população LGBTQIAP+ no país estão a marcha do orgulho, a promoção do respeito pelos direitos, o sentimento de esperança com o novo governo e a denúncia de violência contra mulheres trans nos presídios. Já entre as narrativas opositoras, os assuntos mais pautados são adoção de crianças por LGBTQIAPN+, ideologia de gênero e supostos privilégios de pessoas da comunidade.
“A análise investiga as diferentes comunidades que são protagonistas desta conversa, e coloca um foco especial em analisar se o discurso de ódio contra o coletivo, promovido por comunidades opositoras, está evoluindo e como, neste contexto, o discurso de apoio ao grupo se comporta”, aponta a pesquisa.
O levantamento analisou as redes sociais de dez países nas Américas: Estados Unidos, Brasil, México, Argentina, Colômbia, Chile, Peru, Equador, Panamá e República Dominicana; e dois na Europa: Espanha e Portugal.
Na análise de país por país, a maioria das mensagens das comunidades apoiadoras vem dos Estados Unidos (69,08%) em relação ao volume dessa população. Em seguida, os países que mais contribuem com o volume da conversa de apoio global são Espanha (12,62%) e México (5,70%). Quanto aos opositores, o Brasil lidera (37,67%) seguido pelos Estados Unidos (34,71%) e Espanha (11,23%).