Além dos apoios que vem recebendo de entidades sindicais brasileiras, os docentes das instituições federais em greve estão tendo a solidariedade de trabalhadores de outros países. O ANDES-SN recebeu nesta quinta-feira (31) uma nota do Conselho Nacional da FSU (Fédération syndicale Unitaire) da França de apoio pleno “à luta dos colegas do ensino superior do Brasil e o sindicato deles (ANDES-SN)”. O texto ressalta que a categoria está mobilizada “em defesa das condições de trabalho, do ensino público gratuito e de qualidade no país.”
O ativista e intelectual peruano Jose Ramos Bosmediano mandou uma mensagem de solidariedade aos docentes das instituições federais em greve. Para Bosmediano, a política de ajuste vem desde o governo Lula, que vez acordos com a burguesia nacional brasileira, mas ele lamenta o fato de que uma “ex-guerrilheira, como Dilma, continue com o neoliberalismo”.
Mais apoios do setor da Educação
Reunido nessa quarta-feira (30), o Conselho Universitário da Universidade Federal Fluminense (UFF) decidiu apoiar a greve dos três segmentos (professores, servidores técnico-administrativos e estudantes) e aprovar a indicação de suspensão do calendário acadêmico-escolar. Com isso, atividades acadêmicas realizadas a partir da efetivação da suspensão não serão reconhecidas pela instituição.
O Conselho aprovou, ainda, a criação de uma comissão de ética paritária que, ao término da greve, avaliará possíveis casos de assédio moral. Outra deliberação foi a garantia de que não haverá nenhuma retaliação ao movimento paredista e de que haverá liberdade para a construção da greve no interior da universidade.
Na Universidade Federal de Uberlândia, Conselho Universitário, reunido no dia 25 de maio, reconhece o estado de greve dos docentes e dos estudantes. “Além disso, é sensível às reivindicações pautadas e rejeita qualquer cerceamento à livre expressão de docentes, técnicos administrativos e estudantes”. O Conselho Universitário da Universidade Federal do Amazonas, reunido extraordinariamente no dia 29, também aprovou uma moção de apoio à greve, reconhecendo a legitimidade da greve e repudiando qualquer forma de retaliação aos grevistas.
Os técnico-administrativos da Universidade de São Paulo, reunidos nessa quarta-feira (30) em assembleia, aprovaram uma moção de apoio à paralisação nas federais, em que também defendem a construção de uma mobilização maior. “É necessário unificar as pautas específicas de cada local em conjunto com as pautas estudantis, e em aliança com as demandas democráticas do conjunto da sociedade e, sob a mesma bandeira, organizar uma forte greve nacional para derrotar o projeto capitalista de educação, alcançando uma educação gratuita, de qualidade e a serviço da maioria da população”, conclama a nota.
Na Universidade de Campinas, os técnico-administrativos também aprovaram, em assembleia, uma nota de apoio ao movimento grevista nas instituições federais de ensino. Para os trabalhadores da Unicamp, “os professores precisam de dignidade na carreira e nas condições de trabalho e de reconhecimento do papel que exercem em nossa sociedade.” A assembléia é contra o sucateamento das Universidades e pelo fim do assédio moral. “É primordial a luta pela universidade pública, gratuita e de qualidade”.