A conduta da Administração Superior em relação ao plano de saúde da UFJF é marcada pela ausência de transparência e democracia.
Isso ficou claro desde a abertura do primeiro processo de licitação em 2008. A Unimed venceu a concorrência e passou a operar o serviço de assistência à saúde suplementar. A APESJF-SSind não foi chamada para qualquer reunião sobre o assunto. Inicialmente, o plano de saúde elaborado pela Reitoria não previa sequer a inclusão dos professores. O serviço seria destinado apenas aos técnicos administrativos.
A Administração Superior errou ao excluir a Seção Sindical. Ninguém na universidade havia acumulado mais experiência na gestão de plano de saúde do que a APESJF-SSind. Desde 1997, a Seção Sindical administrava o serviço para os seus associados. Inclusive, o contrato com a Unimed foi fechado pela APESJF-SSind um ano antes da licitação aberta pela UFJF. “O plano da Seção Sindical passou por três operadoras: HSBC, Sulamerica e Unimed. Conseguimos preservar, durante todos esses anos, o que havia de melhor para os professores. Itens como manutenção de agregados, não divisão por faixa etária, livre escolha de profissionais com garantia de reembolso, gerenciamento próprio, e preços inferiores aos de mercado. Nós tínhamos experiência na gestão do grupo com sinistralidade mais baixa ou compatível com o limite”, afirma Agostinho Beghelli Filho, vice-presidente da APESJF-SSind. A Reitoria não só deixou a Seção Sindical e os professores de fora do processo, como também optou por um plano de saúde com menos vantagens.
Pressionada, a UFJF voltou atrás. Imediatamente, a APESJF-SSind convocou um representante da Administração Superior e outro da Unimed para participar de uma assembleia da categoria no dia 24 de setembro de 2008. O objetivo era sanar todas as dúvidas a respeito das condições contratuais. Nesta assembleia, ficou clara a necessidade da constituição de uma comissão, com representação dos servidores, para acompanhar o processo de implantação do plano da universidade.
Com a entrada dos professores no plano da UFJF, muitos impulsionados pelo menor preço do serviço, a APESJF-SSind intensificou ainda mais a cobrança pelo funcionamento da comissão. O plano da UFJF motivou a solicitação de várias audiências com a Administração Superior. Este assunto também orientou algumas intervenções da Seção Sindical no Conselho Universitário (Consu).
Apesar de todo esforço e disposição, empregados pelas diretorias que estiveram à frente da APESJF-SSind, não houve sucesso nas tentativas de diálogo. Nesses últimos cinco anos, a Seção Sindical tem encontrado grande dificuldade em obter informações sobre o plano da UFJF.
A Reitoria não fornece dados básicos, como sinistralidade e valor dos repasses, para que a APESJF-SSind faça uma avaliação das condições de funcionamento do plano.
Além da ausência de transparência e democracia, a Administração Superior adotou uma postura discriminatória entre outubro de 2010 e outubro de 2011. Neste período, a UFJF não pagou aos docentes e pensionistas que não aderiram ao plano da universidade, como os professores que permaneceram no plano da APESJF-SSind, o auxílio de caráter indenizatório, previsto na legislação. A instituição concedeu o direito apenas após muita pressão exercida pela Seção Sindical.