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Confira nota da APES sobre a crise brasileira
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Nota da APES sobre a crise brasileira
A APES – Seção Sindical do ANDES-SN nasceu no final da década de 70, unida a trabalhadoras e trabalhadores na luta pela retomada democrática do país, inserida na construção de um projeto de universidade pública e gratuita, autônoma e democrática, consoante com um projeto maior de sociedade livre e democrática para todas as brasileiras e todos os brasileiros.
Autônoma em relação a partidos, reitorias e credos religiosos, a APES tem se manifestado em todos os momentos, para além do viés corporativo, tanto no avanço das conquistas sociais, quanto no enfrentamento das crises nacionais e internacionais que repercutem em nosso país. Assim, não pode ficar alheia aos acontecimentos em curso no Brasil atual, há mais de um ano.
Observa-se preliminarmente que os direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores vêm sendo acossados e restringidos. Propostas como o “acordado sobrepondo-se ao legislado”, restrição nas aposentadorias, ampliação da terceirização, entre outros questões, ampliam e não diminuem os problemas para as trabalhadoras e os trabalhadores, que se encontram premidos, atualmente, pelas sucessivas demissões em índices alarmantes.
Essa crise é resultado de erros internos, mas tem sua origem no processo contumaz de acumulação do capital e na sua busca de realização do lucro a qualquer preço. Dessa forma, os prejuízos diretos atingem trabalhadoras e trabalhadores urbanos e rurais, as desabrigadas e os desabrigados pelas obras megalômanas que deslocam as populações carentes do seu espaço natural de trabalho, cerceiam as populações originais e quilombolas, enfim os que sofrem mais diretamente as ameaças e os constrangimentos da exploração selvagem.
Nessa linha é que se insere o modelo de funcionamento do Estado submisso aos interesses do capital. Propalam-se soluções que de fato não modificam estruturalmente a vida do país. Trata-se de mudar apenas nas aparências, permanecendo o essencial da mesma forma com o predomínio dos setores a serviço do capital.
Sendo a corrupção endêmica uma consequência, é preciso que se combatam as causas que lhe dão origem. A APES entende que todo o processo, desde a esfera da investigação, passando pelo processo jurídico, não pode ser baseado senão por meio de procedimentos legais e democráticos. É inadmissível que para se conseguir fazer justiça se cometam injustiças e desrespeito às leis.
A APES considera a democracia duramente conquistada pelas brasileiras e pelos brasileiros, e ainda em construção, fundamental para o avanço do nosso país. Formas sub-reptícias de se atentar contra a democracia devem ser rechaçadas com toda a veemência. Ao contrário, as ações jurídicas devem ser espelho do avanço democrático e por isso defendidas. Vilipendiadas, jamais!
Neste momento de crise, a APES conclama a todas as brasileiras e todos os brasileiros que se unam em torno do Brasil, pelas liberdades, pela democracia. Que as diferenças sejam explicitadas em um clima de respeito e busca de concórdia. Que prevaleça o princípio de que não pode haver retrocesso nos âmbitos político, social, econômico e jurídico. E que, advindas de todas as experiências e vivências, sejam juntadas forças para que avancemos na perspectiva de um projeto de sociedade que supere a barbárie do capital para a consolidação de um novo mundo. |
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