Com a presença de diretores e docentes da base, a APES esteve presente no evento de chegada da Caravana da Democracia, realizado no dia 01 de abril em Juiz de Fora. A cerimônia se deu no ponto final do comboio, que partiu do Rio de Janeiro e fez, de volta, o caminho realizado pelo General Mourão, o militar que precipitou o Golpe de 1964, há sessenta anos. O evento, que teve o apoio da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, reuniu autoridades, como a própria prefeita Margarida Salomão, a Vice-Reitora e Reitora eleita da UFJF, Girlene Alves, deputados, vereadores, familiares de vereadores cassados na época do golpe, políticos presos pelo arbítrio do regime e descendentes do presidente João Goulart, deposto pelo golpe.
O presidente da APES, Leonardo Andrada, ressaltou a importância da memória: “O Brasil precisa olhar para seu passado, especialmente nesta data em que se rememora o golpe de 1964, a fim de entender que a democracia ainda sofre ataques, que a sanha golpista ainda não foi extinta. Ela apenas hiberna. Em 1964 tivemos prisões arbitrárias, torturas, supressão de direitos, censura, repressão aos trabalhadores, uma atmosfera de medo tomou conta do país e nos vimos frente à truculência de um regime que concentrou renda e deixou um legado de hiperinflação, mortos e desaparecidos políticos. Não há como olhar para o futuro sem o aprendizado que deve ser retirado dessa chaga. Golpe nunca mais”, disse.
Pouco antes da chegada da caravana, o professor Leonardo havia participado da sessão solene do Conselho Universitário da UFJF, onde se realizou uma homenagem ao presidente João Goulart. Junto dele, a professora Joana Machado, da direção da APES, que lembrou da necessidade de punição a golpistas, que atentaram recentemente contra o estado democrático de direito: “A tarefa da memória é permanente e é preciso lembrar de tudo o que se passou da ditadura e da opressão contra professores, militantes e estudantes. Não ao golpe e sem anistia para os responsáveis pela nova e recente tentativa de ataque à democracia brasileira”, disse.
O evento teve a abertura do hino nacional, executado por Pereira da Viola e, a cada orador que se revezava no microfone, memórias e histórias iam se desenrolando, construindo um clima de emoção e pesar dos 20 anos de ditadura militar no país.