Os professores do IV (Litoral Norte) da Universidade Federal da Paraíba – UFPB decretaram estado de greve na quarta-feira (22/9) para cobrar mudanças no centro, como melhoria na infraestrutura, pagamento de bolsas e de salários atrasados e autonomia administrativo-financeira. A medida foi aprovada por unanimidade durante assembleia que contou com a participação de aproximadamente 60 docentes. A reunião começou às 9h30 e durou cerca de três horas e meia.
Uma nova assembleia foi marcada para o dia 8 de outubro com o objetivo de avaliar os encaminhamentos prometidos na terça-feira (21/9), quando o reitor Rômulo Polari, acompanhado por uma equipe da universidade, reuniu-se com um grupo de alunos e de professores. Entre as providências anunciadas por Polari e pelo diretor de centro do IV, José Ivanildo de Vasconcelos, está a regularização do pagamento dos motoristas terceirizados, que estão sem salário há sete meses.
O reitor garantiu, também, entregar prontos todos os prédios do centro até janeiro de 2011 e anunciou a saída da empresa responsável pela construção e reforma dos prédios e a contratação de uma nova firma. “Mas em 2007 ele já havia prometido entregar o prédio pronto em 2009 e até agora nada”, lembrou Kievnny Mendonça, representante do Diretório Central dos Estudantes – DCE no Litoral Norte, que participou da reunião.
Outra promessa foi a ampliação da segurança no Campus. Em Mamanguape, o número de vigias deve passar de 12 para 20 e em Rio Tinto, de 12 para 16. Sobre a adaptação dos prédios ao acesso para pessoas com deficiência, o reitor informou que a compra de elevadores já está sendo licitada.
A reunião dos alunos e professores com Polari, na terça-feira, aconteceu na própria reitoria, no Campus I, em João Pessoa. Se até o dia 11 de outubro as melhorias não começarem a ser implantadas, os professores ameaçam deflagrar greve por tempo indeterminado.
Para acompanhar o cumprimento dessas metas, os professores aprovaram nesta quarta-feira, durante a assembleia, uma comissão formada por oito membros, sendo dois de cada um dos quatro Departamentos do Campus IV. Logo após, os professores se reuniram aos estudantes em uma nova assembleia geral realizada no saguão do bloco central de salas e informaram sobre o estado de greve e sobre a formação de uma comissão de acompanhamento.
Desde o dia 10
Desde o dia 10/9 as aulas estão paradas no Litoral Norte. Após o desmoronamento do forro de um dos blocos de aula, os alunos deram início à mobilização. No início da semana passada, os professores anunciaram apoio ao movimento. Agora, eles não só confirmaram o apoio como também decidiram pelo estado de greve. Caso os alunos decidam voltar às atividades, os professores só poderão decidir também pelo retorno em assembleia.
Alguns problemas destacados por alunos, professores e funcionários
– Atraso no pagamento dos terceirizados (motoristas estão há sete meses sem receber e pessoal da faxina, há quatro)
– Número insuficiente de servidores técnico-administrativo (apenas 32 funcionários para atender Mamanguape e Rio Tinto)
– Falta de pagamento das bolsas de pesquisa e de monitoria
– Acesso precário à internet (rede é lenta e não atende adequadamente nem mesmo o curso de Computação)
– Rachaduras em prédios recém-construídos e perigo de desabamento (o forro de um dos blocos, em um prédio reformado, chegou a cair e o local foi interditado pelo Corpo de Bombeiros)
– Aparelhos de ar condicionado que não funcionam
– Banheiros sem água
– Falta de rampas para acesso de pessoas com deficiência
– Biblioteca sem acervo mínimo de livros
– Falta de material administrativo (professores precisam comprar até canetas para dar aula)
– Falta de uma residência universitária
Pauta de reivindicações
– Autonomia administrativa e financeira para o Campus IV
– Prestação detalhada de contas referente aos recursos alocados e gastos no Campus IV a se apresentada em no máximo 30 dias
– Compra de material para os laboratórios para suprir as demandas dos alunos concluintes e demais alunos
– Contratação de mais 30 profissionais da área de segurança
– Disponibilização do acesso digital a todos os alunos através de dez novos terminais de consulta em Rio Tinto e dez novos terminais de consulta em Mamanguape
– Pagamento das Bolsas de Auxílio em atraso
– Contratação de funcionários já concursados para o Campus IV e com seus respectivos códigos de vagas liberados pelo MEC
– Disponibilização de material de expediente (toner, papel, cartuchos, canetas etc.)
– Aumento do acervo de livros das bibliotecas