Em mais um ataque à democracia e à autonomia universitária, o presidente Jair Bolsonaro nomeou o professor Carlos André Bulhões Mendes como reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) nesta quarta-feira, 16 de setembro, contrariando, assim, a escolha da comunidade acadêmica. Tanto no processo de consulta, realizado no dia 14 de julho por meio virtual, quanto na lista tríplice aprovada pelo Conselho Universitário da instituição, o reitor nomeado por Bolsonaro ficou em terceiro lugar, enquanto o atual reitor, Rui Oppermann, ficou em primeiro.
Algumas semanas antes da nomeação, o deputado federal Bibo Nunes (PSL) vinha anunciando na imprensa que o nomeado seria Carlos André Bulhões Mendes. Estudantes da instituição já haviam realizado protestos manifestando-se contra a intervenção na UFRGS. Com a nomeação, as manifestações se intensificaram e se espalharam pelas redes sociais, com a denúncia da situação.
Ao todo, já são 14 intervenções feitas por Jair Bolsonaro em processos de escolha de dirigentes de instituições federais de ensino, demonstrando o desprezo do atual governo pela autonomia das instituições e estabelecendo um retrocesso diante da conquista histórica pela eleição direta de dirigentes em universidades, institutos e Cefets.