O Ministério da Educação anunciou, na tarde na quinta-feira 14 de fevereiro, o início de uma “ampla investigação interministerial” de indícios de corrupção em ações da pasta. Um comunicado do MEC anuncia que a assinatura do protocolo de intenções com Moro, Polícia Federal, Controladoria Geral da União (CGU) e a Advocacia Geral da União (AGU), tem como objetivo apurar indícios de corrupção, desvios e outros tipos de atos lesivos à administração pública no âmbito do MEC e de suas autarquias nas gestões anteriores.
“Queremos apurar todos os desvios praticados por pessoas que usaram o MEC e as suas autarquias como instrumentos para desvios”, afirmou o ministro da Educação, por meio de sua assessoria de imprensa.
Segundo o Globo, entre “exemplos emblemáticos” que o MEC afirmou ter apresentado na reunião estão supostos “favorecimentos indevidos no Programa Universidade para Todos (ProUni), desvios no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), envolvendo o sistema S, concessão ilegal de bolsas de ensino a distância e irregularidades em universidades federais”.
Ministro quer ampliar estado policial
“Nos últimos anos, testemunhamos no país o crescimento exponencial de ações do estado para o “combate à corrupção”. Sob tal pretexto, presenciamos diversos abusos de autoridades, ações inconstitucionais e restrição aos direitos, que já atingiram, inclusive, às professoras e aos professores das instituições de ensino públicas, como nos casos ocorridos na UFSC e na UFMG. Para piorar, o governo mal empossado já atravessa inúmeras denuncias de corrupção sem que haja resposta alguma do estado, incluindo aí o silêncio do “super” ministro da justiça. Nesse contexto de seletividade, perseguição política e ideológica, o ministro da educação anuncia a “Lava Jato da Educação”, o mesmo que disse que vai extirpar o marxismo cultural da educação. Esta é uma clara tentativa de ampliação do atual caráter policial do estado, que visa denegrir, sufocar e silenciar um dos únicos espaços de liberdade de pensamento que temos hoje no país. Nós iremos denunciar e combater essa proposta e qualquer outra que cerceie com a liberdade e direitos das professoras e professores e continuaremos na luta para preservar um dos maiores patrimônios da nossa sociedade que são as instituições ensino públicas”, disse Augusto Cerqueira da Direção da APES.