Um estudo realizado durante o período de isolamento social, em decorrência da pandemia da Covid-19, denominado “Sem parar: o trabalho e a vida das mulheres na pandemia” vem demonstrando um considerável aumento nos trabalhos domésticos atribuídos à mulheres. A rotina vem se tornando cada vez mais desafiadora, tendo em vista que estas realizam não só as atividades que eram comuns ao seu cotidiano, mas também perderam grande parte da ajuda que recebiam na realização destas. Tais situações implicam na sobrecarga mental destas mulheres.
Além disso, outra questão avaliada, no decorrer do período de isolamento, é o trabalho remoto, já que 41% das mulheres estão nessa situação, alegando a sobrecarga de demandas, na atual situação.
O desemprego também foi uma das situações que afetaram essas mulheres. 58% delas são negras e estão mais sujeitas aos efeitos de redução da atividade econômica no país, por representarem a maioria dos trabalhadores informais e trabalho doméstico remunerado, majoritariamente informal.
A realidade se torna ainda mais cruel ao se tratar de violência doméstica, já que, para muitas mulheres, estar em casa não é sinônimo de estar protegida. 91% delas creem que ao longo dos últimos meses de isolamento, esse tipo de violência tenha se intensificado.
Mulheres pesquisadoras também foram afetadas pelo período. Um levantamento realizado pelo Movimento Parent in Science, intitulado “Produtividade Acadêmica durante a Pandemia: efeitos de gênero, raça e parentalidade”, revelou que apenas 4,1% das mulheres docentes com filhos estão conseguindo manter a produção acadêmica remotamente. Já quando o cenário é observado pela perspectiva masculina, o percentual de homens com filhos sobe para 14,9%.