“No Brasil, seja pelo negacionismo científico, seja pelo ultraliberalismo da equipe econômica, uma variante do terraplanismo aplicada à economia, o governo federal vem atuando de forma bastante insatisfatória nas duas frentes de defesa da população, a sanitária e a econômica.”
Assim avalia Bráulio Cerqueira, autor do artigo “Correndo para o fundo do poço: negação da ciência e terraplanismo econômico na reação do governo à crise da pandemia”, publicado hoje na série Pandemia e Política. Confirmando a constatação de Bráulio, Paulo Guedes pretende criar um imposto sobre transações digitais, nos moldes da extinta CPMF; retomar o plano de capitalização da previdência, transferindo do Estado para o trabalhador a garantida da aposentadoria; e ampliar a contratação por hora trabalhada, ao invés de salário mensal, precarizando ainda mais a situação dos trabalhadores e trabalhadoras.
Como aponta Bráulio Cerqueira em seu texto, “não há chances, aqui em qualquer lugar do mundo, de responder à crise sem a massiva atuação do Estado. Trata-se de um desafio coletivo colocado pela velocidade de propagação e letalidade do vírus, pela subutilização dos recursos produtivos, pela queda da demanda privada. Somente o governo pode: coordenar a disseminação de protocolos de prevenção à contaminação; disciplinar o distanciamento social; prover serviços de saúde na escala necessária; expandir o gasto (mesmo com queda de receitas) em defesa da vida e da renda da população; mitigar as perdas de receitas das empresas dilatando o crédito; interromper a deflação de ativos financeiros irrigando com dinheiro novo os mercados; e coordenar a retomada”.
Bráulio Santiago Cerqueira é Mestre em Economia; Auditor Federal de Finanças e Controle e Secretário Executivo do UNACON Sindical. Com o título “Correndo para o fundo do poço: negação da ciência e terraplanismo econômico na reação do governo à crise da pandemia”.
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