Policiais Militares atearam fogo no acampamento Quilombo Campo Grande, situado no sul de Minas, na tarde desta quinta-feira 13 de Agosto, com o objetivo de retirar as famílias que resistem à reintegração de posse desde quarta feira.
A Escola Eduardo Galeano e um barracão coletivo foram destruídos por um trator. O assentamento é local de sustento, trabalho e abrigo para 450 famílias há 23 anos.
A situação parecia amenizada na parte da manhã de quinta feira quando, após pressão da sociedade, principalmente das redes sociais, de políticos e das Entidades do Movimento Social, o Governador Zema havia determinado que a força policial recuasse da ação de reintegração de posse. Pelo menos essa era a informação que o governador havia publicado em seu Twitter.
Mas, de acordo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o governador alega que encaminhou o pedido de suspensão à comarca de Campo Gerais, que, por sua vez, não aceitou o pedido.
As informações do MST, via Whattsapp, são de que o acampamento está sitiado. As pessoas não conseguem entrar ou sair e, mesmo o transporte de alimentos, tem que ser feito de modo clandestino, no meio da mata. Segundo essas informações, a imprensa também está cerceada em seu trabalho. Até o início da noite de quinta feira, mais 200 policiais estavam no local
“A ação mostra mais uma vez a truculência e violência do governo de Minas com os movimentos sociais. No meio da crise que vivemos, desalojar todas essas pessoas, não é apenas uma ação de ataque aos trabalhadores, mas uma arbitrariedade que coloca, em risco de contaminação, famílias de trabalhadores sem terra. Atear fogo ao acampamento está fora de qualquer senso de justiça e humanidade”, disse Augusto Cerqueira, da direção da APES.
O acampamento situa-se no município de Campo do Meio, localizado no sul de Minas Gerais, e a reintegração de posse foi emitida pela Justiça estadual, mesmo sob decreto de calamidade pública em Minas Gerais devido à pandemia.