Diante da negativa da administração superior da UFJF em adiar o PISM por completo (módulos I, II e III), o SINTUFEJUF e a APES, encaminharam, nesta sexta-feira, 12, um ofício à reitoria propondo à universidade a criação de um sistema de monitoramento das pessoas envolvidas na aplicação das provas, tais como fiscais, coordenadores, estudantes candidatos, etc., para que aquelas que apresentarem sintomas suspeitos da Covid19 possam informar sua situação à instituição.
De acordo com o coordenador geral do SINTUFEJUF Flávio Sereno, esta medida foi adotada pela Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), e é fundamental pois caso apareçam sintomas, a instituição deverá avisar a quem conviveu com a pessoa, sobre o risco de contaminação. “A Fuvest recebeu contato de 300 pessoas nessa situação após o vestibular da USP, conforme reportou o jornal Folha de São Paulo. É uma medida de segurança adicional”, explica.
O módulo III está previsto para acontecer nos dias 27 e 28 de fevereiro. As duas entidades e o DCE já haviam solicitado o adiamento das provas, tendo sido recebidas, no último dia 02, em reunião com a reitoria. Entretanto, na ocasião, não houve negociação, quando apenas foi informado que a discussão não seria levada ao Conselho Superior (CONSU) e que o PISM aconteceria de forma escalonada, ao final de fevereiro, de março e de abril.
A presidente da APES, Marina Barbosa, destaca que a pandemia trouxe desafios e exigências, e com isso as pessoas estão passando por mudanças de vida, de trabalho e estudo. Ela ressalta ainda que as ações que norteiam a universidade são de defesa da vida e o envolvimento no enfrentamento à Covid-19, com seus profissionais na linha de frente e nas suas pesquisas. E que para preservar a democracia interna, a realização do PISM não deveria ser uma decisão meramente administrativa da reitoria por se tratar de questão estratégica frente à pandemia. “Sabemos dos projetos em disputa pelo caráter da UFJF, seu perfil pedagógico e papel social, e eles se expressam no Consu. Por isso mesmo não é possível abdicar deste espaço como deliberativo de tudo o que é estratégico para UFJF, como no caso é o PISM. Assim, lamentamos a escolha política desta administração em não debater a alternativa ao PISM e sua realização em tempos de pandemia e num momento de seu agravamento”, comenta..
Flávio Sereno também desaprova a decisão unilateral da reitoria. “É um caminho ruim, já que o conselho vinha, até aqui, debatendo e decidindo de forma democrática todas as grandes decisões sobre atividades presenciais na UFJF. E o PISM vai movimentar mais de 30 mil pessoas. Há diferenças de posicionamentos que poderiam se expressar na instância máxima de deliberação, mas que ficam silenciadas quando a reitoria transforma isso numa decisão meramente administrativa”, lamenta.
O ofício pede ainda esclarecimentos sobre como será operacionalizada a fiscalização das máscaras dos candidatos que está prevista. “Nos protocolos aprovados consta que haverá fiscalização das máscaras dos candidatos. Porém não explica a forma como isso será feito. Apresentamos esse questionamento à coordenação da COPESE durante reunião do comitê e a resposta foi de que o procedimento seria orientado na capacitação dos fiscais. Estamos ainda buscando essa informação porque nos preocupa saber qual o protocolo de segurança possibilita que isso possa ser feito” explica Flávio.