Professoras e professores da UFJF e do IF Sudeste MG, reunidos em assembleia no final da tarde de quarta-feira, dia 12 de maio, aprovaram, entre outros encaminhamentos, a paralisação do dia 19 de maio, unindo-se ao Dia Nacional em Defesa da Educação Pública, como uma resposta aos ataques do governo Bolsonaro à educação, aos cortes orçamentários e ao PL 5595/20, que quer obrigar o retorno das aulas presenciais mesmo durante a pandemia.
A assembleia indicou também a formação de uma comissão de mobilização para organizar as ações deste dia. Os docentes André Silva Martins, Lisleandra Machado, Augusto Cerqueira, Thiago Barreto Maciel e Jean Filipe Domingos Ramos, que compõem a comissão, se reuniram no dia 13 de maio, para dar início aos trabalhos.
Greve pela Vida
A assembleia aprovou também que APES e o ANDES-SN sigam no debate e na construção da Greve pela Vida, dialogando com os demais setores da educação, contra a volta presencial das aulas, em defesa da comunidade acadêmica e de toda a população. “Isso quer dizer que temos a possibilidade sim de uma greve sanitária, por tempo indeterminado, caso sejamos forçados a voltar às aulas presenciais, sem o controle da pandemia, sem vacinação de todos e todas. É um movimento de resistência e luta pela vida. Não deixaremos que se normalize o genocídio diário contra a população”, explicou Augusto Cerqueira, da Direção da APES.
Informes
Os docentes presentes à assembleia puderam contar com os informes da diretoria sobre as ações de mobilização do dia 1º de maio, levadas a cabo pelo Fórum do Servidores Públicos de Juiz de Fora e Região – Fosefe – e pelo Comitê Fora Bolsonaro de Juiz de Fora; também sobre a reunião do Setor das Federais do ANDES-SN; sobre a luta de docentes da educação básica para criar protocolos de segurança num possível retorno às aulas no futuro; sobre o novo pedido à Câmara Municipal de Juiz de Fora, feito por várias entidades, de investigação de um vereador da cidade, que em sua live cometeu uma série de ameaças a trabalhadores e trabalhadoras em conjunto com Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, e sobre a primeira reunião do Fórum Sindical e Popular da Juventude de Minas Gerais.
Houve informações também das ações da APES na questão dos cortes no orçamento, especialmente na UFJF, com reuniões com a Administração Superior, na tentativa de rever os cortes de bolsas e demissões de terceirizados; também sobre os fatos que movimentam o campus avançado de Governador Valadares e o IF Sudeste MG que também sofre com os cortes orçamentários, cortes de bolsas e terceirizados.
Professoras e professores, presentes à assembleia, puderam ouvir também a análise de conjuntura, realizada pelo professor Augusto Cerqueira.
Retorno às aulas presenciais
A assembleia discutiu também a pressão que existe atualmente no país para o retorno presencial às aulas, que se reflete dentro da UFJF com a possibilidade de discussão no Consu, nesta sexta-feira, dia 14, da liberação das atividades práticas presenciais para a área da saúde, sem se retirar do horizonte a possibilidade de uma discussão futura sobre a implantação do ensino híbrido em toda a instituição.
Sobre isso, a assembleia entendeu que a decisão, aprovada em assembleia anterior, contrária ao ensino presencial, deveria ser mantida. A assembleia reafirmou, de forma uníssona, que não existem condições para o retorno seguro de aulas presenciais na instituição, posição que deveria ser defendida pela APES no Conselho Superior da instituição.